SAMU: 192 | Bombeiros: 193 | Defesa Civil: 199 | Polícia Militar: 190 

Publicidade

/ Colonialismo

‘Je suis respect’ (Eu sou respeito)

Desacostumados, os 23 leitores* deste espaço virtual, naturalmente, estavam ansiosos para conhecer nossa posição a respeito dos horrores que mobilizam Paris. Pois bem, no curso de nossa reflexão, recebemos por e-mail o inédito editorial da Revista Persona, dirigida por nosso amigo  Ricardo Rabinovich, da Universidade Nacional de Buenos Aires. Por coincidência ou não, a opinião do mestre portenho reflete a visão deste blog. Então, convencidos de que não faríamos algo melhor, decidimos solicitar autorização a Ricardo (como ele próprio prefere ser tratado) para reproduzir sua eloquente manifestação. O título, que tenta fazer um contraponto ao célebre “Je suis Charlie“, e a péssima tradução ao final são de única e exclusiva responsabilidade nossa.

 
 
 Profesor Dr. Ricardo D. Rabinovich-Berkman.Ricardo Rabinovich-Berkman1
Director del Departamento de Ciencias Sociales.
FACULTAD DE DERECHO – UNIVERSIDAD DE BUENOS AIRES.
 
 
 
 
 

Como fundador y director de PERSONA, revista comprometida con los derechos existenciales, su defensa, estudio, enseñanza, y la investigación a su respecto, repudio visceralmente los recientes atentados ocurridos en Francia.

Al propio tiempo,rechazo toda discriminación, de palabras o de hecho, contra los musulmanes, por el solo hecho de serlo, así como contra cualquier grupo religioso.

El Islam es un credo de paz, y no llama a la violencia, como algunos aducen. Los terroristas islámicos son pésimos musulmanes,como son pésimos judios o cristianos quienes, adhiriendo a esas religiones, practican la violencia.

No me siento identificado con “Charlie Hebdo”, en cuanto sus chistes resultan a menudo insultantes,sin necesidad, para los musulmanes. La sociedad multicultural, que es, a mi entender, la mejor de todas, requiere respeto mutuo.

Las cuestiones religiosas hieren profundamente las susceptibilidades. Ningún credo debe ser objeto de mofa en cuanto le es sagrado.

Por supuesto, la respuesta a tales groserías debe, en todos los casos, ser la acción judicial, y el rechazo social, pero nunca la violencia.La agresión, como la que se viera en Francia, jamás podría ser justificada por esas ofensas.

Los terroristas son funcionales a los que pretenden, como la ultraderecha francesa, endurecer las penas, establecer sociedades represivas, con estados violentos, que exacerben el empleo de los aparatos policiales y militares.

Son instrumentales a los que medran discriminando, y buscan dividir y quebrar a las sociedades con prejuicios, generalmente serviciales para proyectos autoritarios, oligárquicos y de exclusión. Son, en definitiva, reaccionarios y retrógrados.

El terrorismo seudo-musulmán ha resultado, por otra parte, en gran medida, de las hegemonías, que alimentaron los rencores y armaron a los grupos, para emplearlos al servicio de sus propios proyectos, sin calcular los efectos posteriores de sus políticas.

Los imperialismos hegemónicos han tratado, durante décadas, a los países y pueblos de esa área, en complicidad con sectores locales de los mismos, con desprecio y soberbia, explotándolos, usándolos,sirviéndose de ellos para sus guerras frías y calientes.

El horror que hoy viven aquellas regiones, y las abominables organizaciones terroristas, surgidas de ellas, son, en gran medida, pienso, frutos desgraciados de un árbol muy venenoso, que no podía haber resultado en nada bueno.

Como creyente que soy, rezo por las víctimas de toda la violencia, para que Dios las cobije y tenga en su Paz.

Como humanista,deseo un mundo sin terrorismo, pero también sin imperialismos y explotaciones, con respeto por las diferencias y sin soberbias hegemónicas, donde los prejuicios sean un mal recuerdo de un pasado superado.

No más violencia.

No más terrorismos.

No más masacres policiales ni militares.

No más discriminaciones ni faltas de respeto al diferente.

 

Tradução livre do Blog do Gomes:
(Enquanto fundador e diretor da PERSONA, revista comprometida com os direitos existenciais, inclusive de sua defesa, estudo, ensino e pesquisa, repúdio veementemente os recentes ataques  ocorridos em França [dentre os quais à revista “Charlie Hebdo“], ao tempo em que rejeito toda discriminação, palavra ou ação, contra os muçulmanos, pelo simples fato de sê-lo, bem como contra qualquer outro grupo religioso. O Islã é uma crença pacífica; e não apela à violência, como tentam nos fazer crer alguns. Terroristas islâmicos são estúpidos muçulmanos, como o são os judeus e cristãos que semeiam o ódio.
Da minha parte, não me identifico com “Charlie Hebdo” e suas piadas muitas vezes gratuitas e desrespeitosas aos muçulmanos. A sociedade multicultural, que é, na minha opinião, a melhor de todas, exige respeito mútuo. As questões religiosas ferem profundamente suscetibilidades, razão pela qual experiência espiritual alguma pode ser jamais ridicularizada.
Sem embargo, nada justifica a violência. A via adequada para esse tipo de grosseria é, sem dúvida, a judicial ou o rechaço social. As agressões que se viu em França jamais podem ser compensadas com qualquer tipo de terror criminoso.
O terrorismo é somente funcional aos interesses daqueles (como a extrema direita francesa) que buscam endurecer as penas, estabelecer sociedades repressivas, com estados repressores, que exacerbam no uso de aparatos policiais e militares. Os terroristas interessam à quem prospera discriminando, e procura segregar as sociedades com preconceitos, via de regra, úteis a projetos autoritários, oligárquicos e de exclusão. Os terroristas são, enfim, reacionários e retrógrados.
Ademais, o falso “terrorismo muçulmano” resulta, em grande medida,  das hegemonias que alimentaram rancores e armaram grupos a serviço de seus próprios projetos [expansionistas], sem medir as consequências de suas políticas.
Há décadas, os países imperialistas têm tratado  os povos colonizados com desprezo, em conluio com segmentos locais destes, com desprezo e arrogância, explorando-os, usando-os, e servindo-se deles em suas guerras frias e quentes.
O horror que, hoje, vivenciam aquelas regiões, e as abomináveis organizações terroristas surgidas delas, em boa parte, creio eu, são miseráveis frutos de uma árvore venenosa que não poderia gerar outra coisa senão essas mazelas.
Como crente que eu sou, rezo pelas vítimas de toda a violência, para que Deus as abrigue e descansem em paz. Enquanto humanista, desejo um mundo sem terrorismo, mas também sem imperialismo e exploração, com respeito às diferenças, sem arrogância hegemônica, em que os preconceitos sejam uma má recordação de um passado superado.
Por tudo isso, conclamo o NÃO: não a mais violência, não a mais terrorismo, não a mais polícia ou massacres militares. Não a mais discriminação e à falta de respeito aos diferentes.)
*Esta semana alcançamos mais de 9.800 internautas no Facebook.

Comentários