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Celebridade

Pombalenses elegem Dr. Gomes advogado do ano

Na pesquisa realizada pelo jornal Tribuna Regional deu Dr. Gomes como advogado destaque de 2005.

Ontem, na 12ª Festa das Personalidades, foram entregues os diplomas aos homenageados em diversas categorias.

Na área jurídica, o procurador jurídico da Prefeitura de Ribeira do Pombal, Dr. Alexandre Brito, a juíza Liz Rezende e o promotor de justiça Manoel Magalhães também foram agraciados com um certificado.

Na política, destacou-se como político do ano o vereador Marcelo Brito, como prefeito, Zé Grilo, e como presidentes de Câmara Municipais, os irmãos Nathan e Edson Brito. E, confirmando o que já tinha antecipado este Blog, a secretária de Educação, Cecília Morais, foi eleita a secretária municipal do ano.

Varios empresários também foram homenageados, entre os quais o agropecuarista Manoel Sampa Rio, Mendonça e o Dr. josé Roberto de Morais.

Mark Viana, da Pombal FM, foi o destaque no quesito radialista de rádio FM. A Rádio Educadora AM foi eleita a emissora do ano, e seu âncora, o radialista Pedro Mel, o destaque no radiojornalismo. A Tribuna lembrou algumas referências ao radialisda Joilson Costa.

Abaixo segue o discurso apresentado por Dr. Gomes durante a solenidade.

Poder: o ópio do povo

É celebre a frase de KARL MARX segundo a qual “a religião é o ópio do povo.” (1) No Brasil, o enunciado é corriqueiramente parafraseado para atribuir tal efeito alucinógeno ao “futebol”, “carnaval” ou “samba”. De fato, costuma-se dizer, aqui, nos trópicos, que futebol e carnaval são o ópio do povo.
É inviável nos estreitos limites deste ensaio qualquer tentativa de delimitação do conteúdo da referida expressão marxista. Além do mais, aqui, não haveria espaço para tal intento. A frase, devido a seu formato retórico, pode dizer muito ou pouco, a depender de quem a examine. Nela podem ser vislumbradas, no mínimo, duas figuras de linguagem: uma de caráter metonímico (sinédoque) e outra metafórica.
A referência a conteúdos semânticos através de vocábulos que, ordinariamente, designam outras coisas, indica a recorrência ao estilo tropológico (ópio por sentimento, paixão etc.). A substituição do todo pela parte, como o emprego do termo poder por religião(2), induz uma sinédoque. Era nesse ponto que pretendíamos chegar. Não mais.
Dizer que, no Brasil, carnaval e futebol são o ópio do povo é simplificar muito a realidade. O que na verdade encanta, entorpece o povo é o poder, do qual a religiosidade, a política, o dinheiro, o conhecimento são parte, meros ícones, expressões não raramente dissimuladas. O poder, portanto, é o original, o determinante ópio do povo.
Por ser ópio, o poder é mágico, não só do ponto de vista do poviléu, como pensava MARX, mas também dos patrícios (econômica, intelectual, política e religiosamente). Do ápice à base da pirâmide, cada seguimento social com ele se encanta, na proporção de suas experiências emocionais. Algumas pessoas o têm nas mãos e o manipulam ao sabor de suas conveniências. Outras o acham inatingível, e se curvam diante de seus detentores.
Deve-se admitir, no entanto, que a influência do poder é inevitável e se manifesta, principalmente, nas relações intersubjetivas, nas interações sociais. No seu campo de interação, o homem sempre estará tentando influenciar os outros no intuito de alcançar os seus objetivos. Cuida-se de um fenômeno social visto com naturalidade. Nas democracias contemporâneas, a luta pela alternância no poder é normal e legítima.
O problema só desponta quando se tenta manipular as regras com o jogo em andamento, e aqueles, que são os guardiões da ordem normativa, calam-se, rendem-se, tergiversam; enfim, deixam-se entorpecer pelo poder. A partir daí argumentos de toda ordem ingressam no discurso judicial com manifesto objetivo de justificar casuísmos e mascarar interesses inconfessáveis.
Essa realidade, forçosamente, induz a outra: o poder precisa ser domesticado. O governante não tem o direito de ser vulnerável ao ópio do poder. Tão-somente a partir do momento em que as classes dirigentes conscientizarem-se de que o poder não é um fim em si mesmo, mas um instrumento para realização do bem comum, é que os cidadãos terão a certeza de que vale a pena confiar nos juízes e nos políticos.

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(1) DESIDÉRIO, Murcho. KARL MARX. Revista Livros, 2000. Disponível em: http://www.criticanarede.com/lds_marx.html.Acesso em 27/01/2006.l

(2) Vale anotar que na sua Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, Marx se reporta à religião como modo de produção social. Não somente à crença num certo deus. A religião na Idade Média, por exemplo, não era senão a expressão do poder religioso. Com efeito, entre os antigos, em Atenas e Roma, o modo de produção social, que, frise-se, não se confunde com modo de produção de bens materiais, girava em torno da política, na Idade Média imperava a religiosidade, no Mundo Moderno a prevalência dos interesses materiais foi a tônica. Na Era Contemporânea o modo de produção capitalista se destacou. E, hoje, no Mundo globalizado, não há quem ponha em dúvida a primazia da informação perante os outros modos de produção.

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